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Como você tem feito as suas escolhas?

Tomar decisões é algo tão determinante para os negócios, que a própria Ciência da Administração vem estudando técnicas para o Processo Decisório, ao longo dos anos.

São muitos os autores que sugerem etapas para o processo de tomada de decisão, como: identificar a situação do problema, levantar informações do contexto, geração de alternativas possíveis, avaliação das alternativas e a ação em si. Depois vem a hora de avaliar os resultados obtidos com a decisão tomada.

Sim, é mesmo fato que toda decisão tomada hoje gera um resultado no futuro. Às vezes um futuro próximo, outras vezes à longo prazo. E este resultado é de quem fez a escolha. Pode parecer óbvio, mas não é. Compreender que o resultado foi fruto de uma escolha que você fez pode mudar totalmente a sua relação com o sucesso.

Desde criança estive envolvida no universo de empreendedorismo, por meio de uma micro empresa familiar, da qual o meu pai era proprietário. Numa certa fase, a empresa teve muitos problemas – de desvio de caixa até um grave acidente com funcionários no carro da empresa – problemas estes que levaram a empresa à falência.

Depois de algum tempo me formei em Administração e comecei a trabalhar como consultora. Em uma ocasião, peguei um taxi com uma colega de trabalho e no bate papo do trânsito fui contando vários dos problemas enfrentados pelo meu pai na empresa. Tudo o que eu esperava era que ao finalizar a história ela me olhasse com dó e dissesse: Nossa, que pena! Mas ela me disse exatamente assim:
– Se você quiser trabalhar com negócios você vai ter que ver esta história por outro ponto de vista. O seu pai tinha alternativas e fez escolhas e não é portanto, vítima da situação.

Que bom eu tive alguém que tivesse coragem de dizer isto para mim, pois à partir dali, busquei me aprofundar sobre escolhas e resultados. Conheci os estudos do psicólogo americano Julian Rotter que escreveu sobre o “lócus de controle” na década de 60. Ele queria analisar para onde o indivíduo poderia direcionar a atribuição das causas de seus sucessos e fracassos. Rotter identificou que este local de controle poderia ser interno ou externo. Seria interno se o indivíduo observasse o que em si ou sem sua conduta gerou tal resultado, externo se o indivíduo buscasse responsabilizar fatores externos como o governo, o clima ou até a sorte.

O mais interessante deste estudo de Rotter é o quanto esta atribuição é psicologicamente importante para o indivíduo. Aquele que traz para si a responsabilidade, sente-se mais no controle de sua própria vida e sucesso, conhecendo melhor suas potencialidades e fraquezas, podendo focar no que pode fazer por si só para lidar com os problemas. Já aquele que usa mais o lócus de controle externo dá à fatores externos o controle do seu resultado, sente mais dependência emocional e funcional e são mais atingidos por elogios e por críticas.

Ela me ensinou algo naquele momento que mudou o rumo da minha vida, da minha família e da minha carreira. E aí, o cenário é este onde você está. As pessoas são estas com as quais você trabalha. Sempre existem alternativas e consequências. Os objetivos a serem alcançados são seus. E então, como você tem lidado com seus resultados?

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