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Cuidado com o canto da sereia…

Encontrei um dia desses uma cliente antiga da área financeira com a qual eu não conversava já fazia algum tempo e ela me contou animadamente que sua marca havia caído nas graças de um influenciador digital.

 

– Que bacana, meus parabéns! De maneira natural ou você contratou? – eu disse.

– Foi de maneira natural! É uma pessoa muito influente aqui e acompanhando suas redes sociais, percebemos que suas postagens eram produtos do dia-a-dia escolhidos por ela, enviamos um presente para apresentar nosso produto. Alguns meses depois ela postou uma foto vestindo nossa marca, não nos marcou, mas nós perguntamos se podíamos repostar. – a empresária me respondeu, ainda animadamente.

– Que ótimo. Sendo natural, melhor ainda. E te deu retorno?

 

Foi aí que ela não conseguiu disfarçar a dúvida e eu engatei outra pergunta:

– Perguntei se você enviando uma cortesia para que conhecessem sua marca, te deu o retorno que você esperava.

– Olha, na verdade eu não tinha feito muito bem esta conta. Mas depois de uma postagem na qual nosso perfil foi marcado, tivemos muitos seguidores!

 

Tive a impressão que com a sequência de perguntas que eu fiz depois do diálogo acima, a empresária nunca tinha parado para pensar nessa situação. Em resumo… após a peça de presente, mais três peças foram enviadas à influenciadora pela sua própria solicitação, enquanto a empresa entendia ser vendas. Mas pior do que isso, a empresária “deixou como estava” e não realizou cobrança, pois ao postar e marcar – pela primeira vez – a quarta peça enviada, como em “um passe de mágicas” a sua página teve muitas curtidas e comentários.

 

Eu nunca tinha tido contato com esse universo de uma forma assim direta, quando comecei a minha carreira de administradora, essa profissão provavelmente não existia! Influenciador digital é aquele que tem um canal ou perfil na internet, com o qual exerce influência sobre diversas pessoas em áreas específicas, por meio de suas postagens, posicionamentos e opiniões. Muitas experiências podem ser bem interessantes, sendo elas de forma espontânea ou contratada, não faz diferença, toda estratégia de mercado é válida se feita de forma ética. O que me preocupa é o “canto da sereia” e esse tipo de investimento ser tratado de uma maneira profissional, enviando “presentes” a pessoas que não estão comprometidas com a profissão de influenciador e que nem sempre estão engajados em promover a marca de uma maneira coerente, verdadeira e também rentável.

 

Como decidir se vale a pena investir neste tipo de marketing? Vamos lá, a conta é óbvia! Fazendo a avaliação de possibilidade de retorno, afinal todo produto tem no mínimo um custo para chegar às mãos de um influenciador. Precisa também escolher um profissional sério, precisa se cercar por um contrato formal e válido, além de saber o que você quer deste investimento, para correr o risco de uma forma avaliada, como todo investimento profissional em marketing deve ser feito.

 

Cecília Bettero é administradora, empresária na área de consultoria e treinamento, especializada em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Leia, comente os artigos anteriores e fale com Cecília Bettero no site www.ceciliabettero.com.br

 

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