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Se você não sabe para onde ir…

Na edição anterior eu falei sobre as escolhas e seu resultados. Nesta, eu queria contar para vocês qual é o meu personagem de histórias preferido: O gato de Cheshire. Lembra?! Um gato com listras, olhos amarelos e sorriso escancarado. Ele não é meu ídolo porque é fofinho, colorido e intrigante, mas pelo quanto ele representa a sensatez. Mas como assim?

 

O escritor Lewis Carrol criou este personagem no livro “Alice no país das Maravilhas”. E preciso contar com minhas palavras o diálogo que ele atribuiu aos dois, diálogo este que me fez ser fã do gato:

 

Estava Alice a chorar copiosamente diante de uma encruzilhada e eis que aparece do nada um gato no galho de uma árvore e pergunta:

– Porque choras, linda menina?

Ela procura de onde vem a voz e diz:

– Pode me dizer por favor qual caminho tomar para sair daqui?

E ele diz sem pensar ou pestanejar, com a maior obviedade possível:

– Isto depende muito de onde você quer chegar.

Alice responde prontamente:

– O lugar não me importa muito…

E vem o gato novamente com a sua sensatez.

– Ora, então não importa qual caminho você vai tomar.

– Desde que eu chegue à algum lugar, retruca Alice.

E o gato finaliza:

– Oh sim, você certamente chegará à algum lugar. E com um sorriso irônico, o gato complementa: Se caminhar bastante.

 

Vamos analisar o que este diálogo nos ensina no mundo dos negócios? A falta de objetivos claros é um dos problemas mais frequentes no universo das micro e pequenas empresas. É um dia a dia frenético de decisões a serem tomadas, viagens, correria, atendimentos, ficar de olho na concorrência, monitorar o fornecedor, treinar os funcionários… e ufa! Será que isto tudo está valendo a pena?

 

Existem vários motivos para que as pessoas deixem de definir objetivos. Os principais são não ter este hábito desenvolvido e, por incrível que pareça: medo. Sim, se tenho medo de não realizá-los, é bem provável que eu não tenha coragem de escrevê-los. Esta crença precisa ser repensada, primeiro na definição dos objetivos pessoais para depois, refletir nos objetivos empresariais.

 

Definir um objetivo não é um passe de mágica não, o fato de definí-lo não garante alcançá-lo. Entretanto, ao definir um objetivo, é como se o caminho à sua frente ficasse mais nítido, com mais foco. Fica mais fácil decidir se deve aproveitar uma oportunidade que aparece, pois você saberá se ela tem relação com onde você quer chegar. Fica mais lógica a análise de um risco, faz com que você tenha mais coragem para trabalhar até mais tarde e até mesmo continuar na hora que surgem os mais diversos tipos de obstáculos, porque coloca sentido e direção na sua caminhada. E mais, estabelecer objetivos aumenta a autoconfiança! Olha só que interessante.

 

Deixar o destino da empresa ao sabor dos ventos pode levá-la a lugares que não sejam os melhores ou mais indicados. Pense bem! O gato ainda alerta Alice de forma tão direta que se caminhar bastante, chegará sim a algum lugar. Como seria viver uma vida, abrir uma empresa.. viver aquele dia a dia frenético que citei, sem saber se era lá que você queria estar, e muitos seguem a vida apenas caminhando. Você só vai saber se vale a pena, se você souber onde chegar. Aí conseguirá avaliar sozinho a evolução do caminho da sua vida e da sua empresa.

 

E então, que tal separar um tempinho ainda esta semana para definir onde você quer chegar?

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