Mudei de ideia!
Você já parou para observar como a expressão “Mudei de ideia” ganhou uma certa conotação negativa na nossa cultura? Especialmente na área de negócios, como se alguém que mudasse de ideia não merecesse crédito ou fosse “sem palavra”.
Nas minhas pesquisas sobre criatividade, descobri que mudar contraria a biologia humana e talvez isto explique o motivo pelo qual isto seja tão sacrificante para muitos. O cérebro comanda o corpo inteiro, das decisões mais simples às mais complexas. De toda a energia corporal, cerca de 25% é consumida por ele apenas para repetir os padrões que formamos. O cérebro busca identificar nossas atividades diárias e transforma tudo em padrão. Se você parar para se observar, o nosso instinto é de fazer as coisas sempre iguais: de escovar os dentes até usar os mesmos caminhos para o trabalho. O cérebro faz isto com o objetivo de nos proteger, já que quanto mais ele conseguir otimizar a energia, melhor para nós.
Os padrões formam os famosos hábitos e eles são muito valiosos no ambiente empresarial, porque levam a percepção do cliente sobre o padrão dos nossos serviços e produtos. Mas como diz o meu pai, até água mata planta. Precisamos saber identificar quais são os hábitos e padrões positivos para nossos negócios.
Como bichos que somos, só mudaremos em situações onde os ganhos forem maiores que as perdas. Por isso precisamos ficar atentos nos negócios para todos os sinais que nos alertam para a necessidade de reinventar, adequar, ajustar velas e navegar novos oceanos. Você está atento ao seu número de clientes? Comportamento das vendas? Share de mercado? Grau de satisfação dos clientes? Números do seu fluxo de caixa? Indicadores econômicos do seu negócio? Estes dados nos alertam para possíveis perigos empresariais exatamente para reagirmos a tempo.
O interessante é que ao mesmo tempo que “mudar de ideia” tem este peso cultural, a capacidade de Flexibilidade é bastante apreciada no ambiente empresarial. Denominar-se flexível não seria o mesmo que dizer que você está disponível para mudanças no contexto? Sim! O grande cientista Charles Darwin trouxe esta simples conclusão de suas pesquisas em Galápagos
Vale a pena lembrar da frase do filósofo, escritor e poeta brasileiro Edson Marques: “Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.”
E já que a primavera está por aí, bons ventos de mudança para você!